21 de mai. de 2009

Uma noite pra pensar

Saí rápido da faculdade. No dia seguinte teria uma prova de matematica e um texto para entregar no outro curso.
22:40, ponto de ônibus cheio, ja imagino o pior, pegaria o onibus no meio dos desesperados, isso se conseguisse entrar.
A sorte sorriu e em 5 minutos o ônibus veio, vazio. Sentei e o onibus acabou partindo com lugares vazios. No ponto seguinte, outra faculdade, encheu.
Liguei meu MP3 e fui numa boa, quando toca o celular. Era o Rafa, antes eu tinha ligado e ele estava meio atrapalhado no serviço. Eu pedi desculpas, ele nem ficou bravo. E enquanto estou entretido na conversa percebo que as pessoas começaram a descer do ônibus. "Quebrou, PQP!!!"
Expliquei pro Rafa, e falei que ligaria pra ele depois, ia ligar pra casa e ve se alguem poderia me buscar, pois não ia querer me apertar mais ainda em outro microônibus já cheio.
Celular do pai, da mãe, do irmão, telefone de casa. Nada.

Nesse momento me bateu uma angústia. Provavelmente estariam todos dormindo já.
Acordando 5 da manhã, indo do trabalho direto pra faculdade, chegando em casa por volta de meia-noite, era raro ver alguem. De vez em quando meu irmão, quando eu passava em casa antes da faculdade se tivesse tempo.
Nesse momento pensei que se algo mais grave acontecesse comigo, talvez demoraria um pouco até notarem. Me senti um nada na hora. Mas logo percebi que isso é algo que aconteceria mais cedo ou mais tarde. Eu tenho a minha vida, sei cuidar de mim mesmo, é natural que aos poucos esteja menos conectado com a família.

E fui pensando nisso enquanto resolvi andar até em casa, pois não eram mais que 2km.
Enquanto andava, o caminho não podia ser mais apropriado. Um lado do meu bairro pelo qual há muito tempo não passava, onde fiz pré-escola e fundamental.
A pré-escola ainda estava lá, na mesma casa com mesmo nome, mas um pouco diferente, ampliada. Fui lembrando de coisa que há muito não pensava, momentos da minha infância. É muito dificil pra mim lembra, não por algum trauma, mas eu simplesmente não lembro muito das coisas antes dos 7 anos de idade. E ali fui lembrando, passando pela rua que tanto andei quando pequeno.



Muita coisa diferente, dois prédios que não existiam, casas ampliadas, derrubadas, reconstruídas.
Uma das casas eu reconhecia, era onde morava a Luma, uma colega da pré-escola, talvez a minha primeira "namoradinha", heheheh. Ah se ela soubesse de mim hoje...

Tanta coisa diferente, eu me sentia um estranho no proprio lugar onde cresci.
Foi uma noite sem nada de mais, mas não sei porque senti que marcou. A vida muda muito. Mas nem por isso é ruim.




"A vida tão simples é boa. Quase sempre."

6 de mai. de 2009

Up and Down


Ao longo da semana acabei percebendo que a causa do meu desinteresse na faculdade sou eu mesmo (um tanto óbvio, mas eu sou uma porta mesmo...).
A minha falta de comprometimento, está muito alta, faltei muito, o cansaço de sair da Zona Oeste para o ABC estava falando mais alto quase todos os dias.

Eis que para minha surpresa, esses ultimos dias que me forcei a vir para a faculdade têm sido muito bons! Me interessei muito mais pelo projeto do grupo, prestei atenção nas aulas (nada mais que o obrigatório, mas é um avanço) e está sendo bom. 
Impressionante a capacidade que temos de sair do fundo do poço para o topo das nuvens, num mesmo dia, numa mesma hora, num mesmo segundo (e vice-versa também).

Mas agora eu vou pagar pelos tempos de descaso, trabalhos não entregues e uma prova perdida. Será que conseguirei ? Tento sempre acreditar no melhor apesar do meu pessimismo crônico.
Já vi gente terminar o curso com muito menos do que eu tenho, mas como eu sou bolsista o mínimo é o máximo que esses outros tentam alcançar.

Eu tenho a filosofia de sempre tentar seguir o melhor, e não me comparar ao pior aceitável, pois eu sei da minha caacidade, ja consegui muita coisa que outros apenas sonham, consegui um emprego publico aos 19 anos, me formei em escola técnica, consegui bolsa integral em uma faculdade de bem reconhecida.
Eu consegui isso e posso conseguir muito mais, eu sei disso. Preciso para de me apegar a desculpas, desculpas que eu sei que são absolutamente falsas, mas que me deixo acreditar.
Ainda bem que Deus é infinitamente bom e colocou em minha vida só pessoas maravilhosas que acreditam nesse meu potenciam e sempre estão me empurando pra frente, mesmo que seja no tapa.

Mas logo voltam os pensamentos negativos, a vontade de parar e me dedicar a uma coisa só por vez. E vivo nessa montnha russa, pra cima e pra baixo, sempre tentando buscar o melhor das duas vidas: eletrônica e mídia digital, e conciliar com namoro, e com a familia que nem sabe do namoro, e também não sabe do namorado, e nem sabe que sou gay...


Enfim, esse foi mais um desabafo de auto ajuda, nada de útil a aproveitar para quem lê, hehehe. Valeria até uma tag "auto-ajuda" ou "análise".

Mas o blog é meu e eu faço o que eu quiser mesmo. =P